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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Inesperado.


 
O inesperado bateu-me à porta. Uma música desconhecida tocou.
 
Foi assim que a indiferença que luzia meus dias transformou-se em noite, acrescentando saudades às minhas horas.
 
Chegou esquecido de suas verdades, mas falava o idioma do amor. Tinha o peito machucado pela resignação, mas se mostrou escandalosamente humano. Tinha o coração, ainda que dominado pela tristeza e pela dor, transbordado de caráter.
 
De onde, por Deus, vinham tanta coragem e tanta firmeza? Quanta renúncia!, e ainda em pé. As lágrimas, que caíam sem reservas, eram testemunhas silenciosas e urgentes do sofrimento daquela alma que gritava por ajuda. 
 
Lágrimas que marcaram para sempre o terreno arenoso do meu destino em construção.  Ah, como eu queria ver o fundo daqueles olhos repletos de paixão!
 
Vamos dormir, antes que amanheça.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Superman - Can you read my mind

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

por Eugenio Mussak

"(...)

A rotina que mata o amor é a rotina do que não se faz. Da declaração de amor que deixa de ser feita, do elogio economizado à roupa simples do dia a dia, do sorriso sonegado ao acordar, da palavra de carinho roubada à despedida, da comemoração não feita em qualquer conquista, do boa noite seco, sem um beijo, antes de dormir.

O amor não se sustenta sem a intenção de amar e sem a ação pequena, mas constante, de alegrar o outro com sua presença. (...)"




sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ele x Ela

Ele é conciso.  Ela é prolixa. Ele busca o chão. Ela quer asas. Ele tem a alma serena. Ela é um interior em polvorosa. Ele é complexo. Ela é profunda. Ele medita. Ela se agita. Ele faz perguntas. Ela tece explicações. Ele tem fome de cultura. É disso que ela se alimenta. Ele falta. Ela excede. Ele tem sono fácil. Ela sofre de insônia. Ele diz obrigado. Ela pede desculpas. Ele tenta não ser. Ela já não é. Ele tem adeus breve. Ela se apega a despedidas. Ele é reservado. Ela se expõe. Ele dedilha incoerências. Ela também. Ele se intimida. Ela acha graça. Ele abre caminhos. Ela segue com medo. Ele coleciona questionamentos. Ela busca esclarecer. Ele quer ser racional. Ela é pura emoção. Ele ultrapassa limites. Ela se ressente. Ele é estrada. Ela é correnteza. Ele tem voz suave. A dela se embarga com facilidade. Ele é diplomático. Ela não suporta formalidades. Ele age. Ela reage. Ele tem olhar embriagante. Ela se entrega ao vício. Ele é equilíbrio. Ela é exagero. Ele é enigma. Ela é desafio. Ele é comedido. Ela não se impõe limites. Ele elogia. Ela se envaidece. Ele é gentileza. Ela é meiguice. As palavras dele soam como haikais. As dela, como prosa sem fim. Ele é low profile. Ela procura ser. Ele ensina. Ela aprende. Ele aprende. Ela ensina. Ele analisa. Ela apoia. Ele tem sorriso contagiante. Ela se contamina. Ele é confuso. Ela se perde. Ele interroga. Ela não faz cobranças. Ele foi embora. Ela sente saudades.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Titi

Quando minha mãe se aposentou, em setembro de 2002, depois de 39 anos trabalhando no TRT, havia acumulado mais objetos pessoais naquela sala de Diretoria Geral do que qualquer um poderia imaginar. No dia D, sofrendo por ter de lidar com a aposentadoria, chegou em casa com coisas que eu sequer sabia que existiam. Entre elas, alguns poucos pertences do meu pai - que já havia falecido, no Reveillon de 97/98, e que também trabalhava no TRT - que permaneceram escondidos em alguma gaveta do Tribunal, até o dia da aposentadoria da minha mãe.

Hoje, reli uma carta de aniversário, encontrada no meio dessas coisas, que me foi escrita quando completei 3 anos. Segue um pedacinho:

São Paulo, 13 de agosto de 1981.
 
Letticia.
 
Quando você se aproxima, (...) traz junto toda a paixão despertada neste pai, fã incondicional da sua beleza, da vida que emana do seu rosto claro, dos seus cabelos loiros e eternamente desalinhados. Aquele desalinho bonito que só as pessoas lindas como você conseguem.
 
(...) basta que você, quando ler isto, sinta e respire toda a paixão, o carinho e a ternura que tentei, escritor inconstante e de parcos recursos, transmitir-lhe.
 
Você (...) povoa, com tudo a que tem direito, as fantasias, os sonhos e as esperanças de um pai que sempre vai continuar tentando acertar com você, apesar de sabedor das enormes dificuldades de relacionamento que deverão suceder e atropelar toda esta enorme vontade de lhe oferecer mais, sempre mais.
 
Lembrar-me-ei sempre com saudades da minha pequenina Titi, nos seus três aninhos, meiga e amiga, irreverente e brincalhona, enfim, com os atributos maiores da criança sadia e livre que você é. Lembre-se sempre do grande amor que sinto por você. Hoje, e a qualquer tempo, em qualquer situação ou idade.

Papai.

A loira (mais velha) de cabelos desalinhados. Onde foram parar meus cachos?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

on Hidden Ability

Linus: - Everyone's so upset because I didn't make the honor roll... My mother's upset, my father's upset, my teacher's upset, the principal's upset... Good grief! They all say the same thing... they're disappointed because I have such potential... THERE'S NO HEAVIER BURDEN THAN A GREAT POTENTIAL!




sábado, 28 de agosto de 2010

... a minha-Saudade-dele...

Decidi, então, estabelecer uma política de boa vizinhança entre mim e a minha-Saudade-dele. Uma saudade imensa, de um passado não muito distante, que insiste em usar meu peito de abrigo. E aí fico, eu, à deriva Dela: a inabalável minha-Saudade-dele.
 
É uma saudade que vai comigo pra cama toda noite, acomoda-se confortavelmente nos meus lençóis e no meu travesseiro e me deseja “boa noite”. Assim mesmo, toda vez, sempre igual. E eu quase não durmo com Ela, ali, deitada esplendorosa e espaçosa no meu colchão.
 
Sendo assim, achei que era melhor parar de lutar contra Ela; não gastar tanta energia tentando empurrá-La para fora da cama (já que Ela se tem mostrado mais forte que eu), e ceder, resignada - no meu colchão, no meu peito e na minha vida - o espaço que Ela demanda. Com isso, espero enfrentar noites menos cansativas e sugadoras de vigor.
 
Porque a minha-Saudade-dele descobriu, em um enorme coração, imensa disponibilidade para recebê-La e nutrí-La de tudo aquilo que Ela precisa para continuar querendo estar. Assim, instalou-se. 

E ficou.
 
Não mais fugirei Dela. Quer ser dentro de mim? Seja! Fique o tempo que julgar necessário e mude-se tão logo estiver pronta para isso. Ou, de tanto existir, esgote-se dentro de mim; não importa... enquanto isso, sem grandes estardalhaços, eu simplesmente vou cuidando da minha vida. Não Dela.
 
É o nosso acordo tácito.
 
Talvez funcione: dedicar menos atenção e energia a Ela, apenas deixando-A existir, no canto que Ela escolheu. Fique, se precisar; vá, se puder. Por ora, é o que nos posso oferecer e, assim, não acentuar os sentimentos colaterais que Ela me causa. Que, aliás, são mais severos e prejudiciais que Ela própria.
 
Apenas não contem à minha-Saudade-dele: - mesmo, eventualmente, tendo Ela me deixado, sempre haverá uma frestinha pela qual Ela será capaz de passar e encontrar meu coração, de novo, disposto a alimentá-La. Essas frestinhas são as mais difíceis de vedar e eu, confesso, coleciono algumas.
.
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Ah, a frestinha? Recordações...

Não seria perfeito?

 "A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando....E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?" (Charles Chaplin)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Letras da vida


Temidos por muitos como chatos e complicados, os clássicos da literatura divertem, ensinam e (não menos importante) iluminam sua vida. Entre de cabeça.

[texto Bruno Moreschi]

Numa roda de amigos, a conversa é sobre literatura. Cada um revela ao outro o que está lendo. Num misto de esnobismo e insegurança, alguém diz que está “relendo” determinado livrão clássico. Mentira. Receoso de colocar em questão sua reputação intelectual, a pessoa dificilmente assumiria que lê pela primeira vez alguma obra conhecida, como um Hamlet, do inglês William Shakespeare, ou um Crime e Castigo, do russo Fiódor Dostoiévski.

O escritor italiano Italo Calvino começou sua obra Por Que Ler os Clássicos, um pertinente ensaio sobre a importância da leitura desses livros, tratando justamente dessa atitude que recende a hipocrisia. De acordo com Calvino, não há idade para começar a ler um livro considerado famoso e respeitado pela crítica. E complementa com um recado consolador aos que temem assumir em público sua incipiente capacidade literária: “Por maiores que possam ser as leituras de formação de um indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele não leu.”

A frase de Calvino destoa dos inúmeros preconceitos que cercam a literatura considerada clássica pela crítica especializada – ou canônica, numa classificação mais acadêmica. Graças aos inúmeros estudos sobre essas obras, elas podem passar a falsa impressão de serem leituras destinadas apenas a seletos (e eruditos) especialistas.

Isso não é uma verdade. Livros, sejam eles respeitados ou não, foram feitos por seus autores para serem lidos. Na verdade, quem teme ou apenas usa os livros clássicos como grife intelectual tenta se proteger. Ao evitar suas páginas, ficam livres de uma experiência que quase sempre questiona nossas certezas e sugere um mundo mais complexo. Trata-se de uma proteção revestida do mais ignorante dos medos. Aquele alimentado por ideias ditas pelos outros, não por uma experiência individual de leitura.

sábado, 14 de agosto de 2010

on Being Happy

Lucy : - Look at that crazy dog...
Charlie Brown : - I sure wish I could be that happy all the time.
Lucy : - Not me... It's hard to feel sorry for yourself when you're happy.